VIDA DE SONHOS
Na solidão dos pensamentos tristes,
Na ilusão de estar sozinho agora;
Ainda penso no amor que insiste,
Ainda penso e sonho toda a hora.
Nada voltará como os novos dias,
Nem os beijos que te dei, amada;
Ando frágil, sem ter alegria,
Moribundo e pedinte no vão da estrada.
Queria ser Deus, ou talvez reflexo,
A copia incolor desta alma hoje leve;
Onde a pureza relembra-me versos,
Da criança Camões que a vida persegue.
Eu sei que o passado jamais voltará,
E assim viverei apenas de sonhos;
Minha vida eu sei, jamais mudará,
Serei eu bem sei, um homem tristonho
*J.L.BORGES
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