segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

INCOERENCIA

INCOERENCIA

Nesta incerteza prolixa e mutável,

De palavras que não compreendo;

Falo por falar sem dizer nada,

Digo por dizer e nada entendo.

Porque o começo do compasso,

Na eternidade é quase nada;

São palavras escritas em descompasso

No turbilhão infernal da longa estrada.

Na incerteza do falar quem vai ouvir?

Nesta eterna imensidão do nada ter;

A onde os pesadelos em debandada,

Aguardam a sua vez de prosseguir.

   *J.L.BORGES

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