segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

DELÍRIOS

DELÍRIOS

Nas profundezas de meu inferno,

A teimosa paixão parece suspiros;

De velhos demônios misturas de vermes,

Rastejando em escombros de escuro delírios.

O verbo satã é um verbo encarnado,

A onde odiar e matar criaturas;

O ser descartável é um ser desejado,

Amado e odiado na sua loucura.

No fim do segundo a loucura que passa,

Te faz sentir graça e rasgar tua blusa;

Arranha o brilho que vem da vidraça,

Na forma nefasta, cruel e reclusa.

Te quero no inferno do amor depravado,

A onde o cruel é uma forma de amar;

Estar sozinho é estar a teu lado,

Numa forma imunda talvez de gostar.

*J.L.BORGES

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