O INSENSATO
Loucas palavras que não falam nada,
Tolos ouvidos que mal sabem ouvir;
Olhos vendados que não enxergam nada,
Estrada que não leva a lugar nenhum.
Beijos frios e falso, carentes de amor,
Abraços e apertos de mãos sem tocar;
Sorrisos de desdém fingindo ser sincero,
Sem saber pra quem, nem mesmo o motivo.
Fugaz é o sopro da sabedoria,
Tentando em vão entrar no coração daquele;
Que se diz saber d e tudo mas que mal percebe,
Quando o sol surgiu ou quando a noite chega.
O vento do saber bate em tantas portas,
Que trancadas ficam e permanecem assim;
Enquanto a vida abre novos horizontes,
Mas eles coitadinhos, permanecem o mesmo.
Nada, nada muda no coração do insensato,
Quanto menos tem, mais deixam de ter;
Deixando a fortuna lhe escorrer das mãos,
E a água da sabedoria fugir por entre os dedos.
*J.L.BORGES
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