terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

CHUVA DE NOVEMBRO

CHUVA DE NOVEMBRO

A chuva cai lá fora,

Também na minha alma;

A chuva não me acalma,

Somente me arrasa.

A chuva cai lá fora,

Por sobre os telhados;

Saudade que não sai,

Meu eu desesperado.

A chuva cai lá fora,

Por sobre os jardins;

E os sonhos já molhados,

Não saem mais de mim.

A chuva cai e traz,

O amor tonto e cansado;

A paz imaginaria,

Inerte que não vem.

Assim a chuva cai,

Seus raios e trovoes;

São choques de ilusões,

Que o homem não comenta.

Perdido nesta ilha,

Sozinho e flagelado;

Meus nervos são uma pilha,

Na paz desesperada.

As sombras chegam em mim,

Apagam meu olhar;

O vento rasga a pele,

Mal dá pra agüentar.



Na tristeza desta gente,

A dor trava e não sai;

E a chuva ainda cai,

Depois que o sol calou.

Nos umbrais e nos portais,

A marca desta chuva;

Que vem, não traz a paz,

Somente um sonho negro.

A onde a esperança,

É um sonho e nada mais;

Na chuva que aqui cai,

Sufoca, e nada traz.

 *J.L.BORGES

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