ALMA INCÓGNITA
No silencio inviolável,
Ouço o plic-plac da chuva lá fora;
Na cor intocável do tempo que passa,
Vejo o cinza metálico desta solidão.
É tudo ilusão na vida que passa,
Até a vaidade é artificial;
No riso metal da moça que passa,
Ao riso estático da criança que sonha.
Eu sinto o frio deste louco verão,
Nas blusas estampadas de verde e azul;
Se ouço canções, eu penso em futuro,
Um ponto incógnito de interrogação.
Soturno é o tempo carrancas da alma,
Um tédio na calma que longe desfila;
Mostrando a certeza de um tempo apático,
Estático e tênue, pertinho das vilas.
Chegando o natal talvez brilhe a luz,
De alguma estrela perdida no tempo;
Eu quero e preciso da fé inabalável,
Senão vou morrer bem antes da hora.
*J.L.BORGES
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