sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

ALMA INCÓGNITA

ALMA INCÓGNITA

No silencio inviolável,

Ouço o plic-plac da chuva lá fora;

Na cor intocável do tempo que passa,

Vejo o cinza metálico desta solidão.

É tudo ilusão na vida que passa,

Até a vaidade é artificial;

No riso metal da moça que passa,

Ao riso estático da criança que sonha.

Eu sinto o frio deste louco verão,

Nas blusas estampadas de verde e azul;

Se ouço canções, eu penso em futuro,

Um ponto incógnito de interrogação.

Soturno é o tempo carrancas da alma,

Um tédio na calma que longe desfila;

Mostrando a certeza de um tempo apático,

Estático e tênue, pertinho das vilas.

Chegando o natal talvez brilhe a luz,

De alguma estrela perdida no tempo;

Eu quero e preciso da fé inabalável,

Senão vou morrer bem antes da hora.

*J.L.BORGES

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