quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

VIRGULINO, O LAMPIÃO

VIRGULINO, O LAMPIÃO

Quem me dera que lampião,

Fosse talvez meu irmão;

Pra gente assim vadia.

A galopito no pampa,

Vendo o sol que si alevanta;

No horizonte a brilhar.

Se ele fosse meu amigo,

Não haveria perigo;

Nos campo, nem nas cidade.

Tendo lampião ao meu lado,

Meu corpo tava fechado;

Pra toda e qualquer maldade.

Eu sei que é grande meu luxo,

Pois sou do sul, sou gaúcho;

Muito longe do nordeste.

Só dos livros o conheço,

Um grande macho sem  preço;

Mas nunca cabra da peste.

Em qualquer época ou idade,

Não fenece a minha vontade;

De ser a luz do lampião.

Talvez em outra mocidade,

Eu realize a vontade,

E o terei como irmão.

 *J.L.BORGES.1991

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