VIRGULINO, O LAMPIÃO
Quem me dera que lampião,
Fosse talvez meu irmão;
Pra gente assim vadia.
A galopito no pampa,
Vendo o sol que si alevanta;
No horizonte a brilhar.
Se ele fosse meu amigo,
Não haveria perigo;
Nos campo, nem nas cidade.
Tendo lampião ao meu lado,
Meu corpo tava fechado;
Pra toda e qualquer maldade.
Eu sei que é grande meu luxo,
Pois sou do sul, sou gaúcho;
Muito longe do nordeste.
Só dos livros o conheço,
Um grande macho sem preço;
Mas nunca cabra da peste.
Em qualquer época ou idade,
Não fenece a minha vontade;
De ser a luz do lampião.
Talvez em outra mocidade,
Eu realize a vontade,
E o terei como irmão.
*J.L.BORGES.1991
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