segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

PACATO CIDADÃO

PACATO CIDADÃO

Tu já fostes feirante,

Jornaleiro e policial;

Um convicto fumante,

Repórter de jornal.

Trabalhastes em tantos rádios,

Em studios de televisão;

És o elo do passado,

Com o presente meu irmão.

Eu também já fiz de tudo,

Fui herói e prisioneiro;

Um andante sonhador,

Por este Brasil inteiro.

Hoje vago por ai,

Um pacato cidadão;

Nos flagrantes desta vida,

Esquecida de emoção.

No abandono do meu sono,

Fiz-me luz e ilusão;

E a cruz nas minhas costas,

Se tornou religião.

Hoje sou poeira na vida

Dia a dia, ano a ano;

Neste rio que não deságua,

Nunca mais sou oceano.

Se me olho no espelho,

Eu te vejo meu amigo;

Nunca igual como nos vídeos,

A lembrar filmes antigos.

Eu te vejo em meu presente,

Dentro da televisão;

Me mostrando que é importante,

Ser pacato cidadão.

                  *J.L.BORGES

Este poema é para as pessoas que foram de tudo um pouco na vida e hoje encontram-se numa encruzilhada buscando um futuro melhor sem saber que o que vale é presente vivido.

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