LOBOS
Num mundo repleto de falsa inocência,
Feliz é a noite, alegre é o dia;
A onde a lua jamais amanhece,
A onde adormece os sonhos do jovem.
Num tempo de lutas a dor continua,
E o jovem mistério sorri sem saber;
Que no meio da vida recatada e nua,
A efêmera virgindade deixou de existir.
Numa tarde veloz a noite bateu,
Na porta do homem que aos poucos sumiu;
Deixou de existir, ou nunca existiu?
Não sei, só o vento quem deve saber.
Num campo de sonhos os lobos,
Pacientes esperam o pão que faltou;
Também a criança espera inocente,
O pão que faltou na mesa vazia.
Num triste momento os lobos reclamam,
Para a lua altiva, também para o homem;
Se a fome consome a calma dos lobos,
Eu fico a pensar, o que será das crianças?
*J.L.BORGES
Nenhum comentário:
Postar um comentário