segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

LOBOS

LOBOS

Num mundo repleto de falsa inocência,

Feliz é a noite, alegre é o dia;

A onde a lua jamais amanhece,

A onde adormece os sonhos do jovem.

Num tempo de lutas a dor continua,

E o jovem mistério sorri sem saber;

Que no meio da vida recatada e nua,

A efêmera virgindade deixou de existir.

Numa tarde veloz a noite bateu,

Na porta do homem que aos poucos sumiu;

Deixou de existir, ou nunca existiu?

Não sei, só o vento quem deve saber.

Num campo de sonhos os lobos,

Pacientes esperam o pão que faltou;

Também a criança espera inocente,

O pão que faltou na mesa vazia.

Num triste momento os lobos reclamam,

Para a lua altiva, também para o homem;

Se a fome consome a calma dos lobos,

Eu fico a pensar, o que será das crianças?

*J.L.BORGES

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