segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

NOITE ESFINGE

NOITE ESFINGE

No som da paz lunar,

Vejo fadas e duendes a bailar;

Sob o manto azul metálico,

Deste céu a me espelhar.

A noite chega,não avisa mais;

Vem madrugada, vai madrugada;

Nem as estrelas me olham mais,

O sol noturno não mais aquece.

Me torno quedo, me torno surdo,

E com espanto me vejo mudo

A contemplar a noite esfinge,

De vinte séculos a me espiar.

 *J.L.BORGES

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