SELVAGEM
Venha depressa doce bem,
Venha ser minha rainha,
Venha ser minha escrava talvez,
Venha depressa e sozinha.
Sou tudo se tenho você,
Sou tudo a seu lado querida;
Sou tudo em seu corpo profano,
Inicio de uma despedida.
Seus beijos serão minha bandeira,
Que faço num gesto insano;
Minha alma aflita é violável,
Quando estou em seu oceano.
Seu corpo selvagem me queima,
Seus beijos selvagem me acalmam;
Seu riso selvagem é a alma,
Do amor indomável que fere,
Minha existência aflita a seu lado.
Eu quero você a meu lado,
Eu quero morrer em seus braços;
Eu quero sua cruz conturbada,
Morrer em sua plena alvorada,
E nascer de novo em você.
*J.L.BORGES.1991
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