MEUS BARCOS DE PAPEIS
São barcos de papeis neste oceano,
Onde a ilusão é musa passageira;
E nesta efêmera vida de enganos,
O doce amor sai daqui, foge ligeiro.
Assim me percebo nesta vida terna e algoz,
Onde o oceano mal me mostra os horizontes;
Assim percebo tenuemente aquela voz
De sereia me enfeitiçando alem da fonte.
Esta ilusão corroe aos poucos minha vida,
Levando estes meus sonhos, meus barcos de papeis;
A onde os oceanos são fontes aborrecidas,
Em meio a furacões, meus deuses tão cruéis.
*J.L.BORGES
Nenhum comentário:
Postar um comentário