quarta-feira, 27 de junho de 2018

ROSA

ROSA

A rosa e pura como os sais,

A sua estirpe me rouba o encanto;

Seu ar de menina tímida em seu canto,

Em seu pranto tão humilde clama paz.

A rosa, esta presença feminina,

Cuja voz feito perfume e alma;

Se exala em suave surdina,

E ao mesmo tempo me excita e me acalma.

Como ao saber que há junto da gente,

Um corpo e cuja posse se demora;

Brutal possuída nesta mesma hora,

Nesta sua virgindade tão inexperiente.

Assim sempre te vejo minha dengosa rosa,

Fiel promessa de doces venturas;

Cantada em versos, descoberta em prosa,

Paciente ardente, reluzente e pura.

*J.L.BORGES

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