ROSA
A rosa e pura como os sais,
A sua estirpe me rouba o encanto;
Seu ar de menina tímida em seu canto,
Em seu pranto tão humilde clama paz.
A rosa, esta presença feminina,
Cuja voz feito perfume e alma;
Se exala em suave surdina,
E ao mesmo tempo me excita e me acalma.
Como ao saber que há junto da gente,
Um corpo e cuja posse se demora;
Brutal possuída nesta mesma hora,
Nesta sua virgindade tão inexperiente.
Assim sempre te vejo minha dengosa rosa,
Fiel promessa de doces venturas;
Cantada em versos, descoberta em prosa,
Paciente ardente, reluzente e pura.
*J.L.BORGES
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