sábado, 16 de junho de 2018

SEDA DA CHINA

SEDA DA CHINA

Eu te encontrei em um caminho tão disperso,

A cantar versos de amor e sedução;

Para mim eras virgem na experiência,

E pouco a pouco me ganhastes o coração

Só agora percebi que me enganei,

Pouco sei, nada sei da tua vida;

Caminhamos em um caminho, lado a lado,

E agora, nem adeus nem despedida.

Minhas lagrimas e teus trajes de seduzir,

Só me fazem bem mais triste no caminho;

Onde espinhos de outrora me feriram,

Hoje és tu, flor opaca a denegrir.

Não adianta tu ficar assim magoada,

E jogada nesta estrada de incertezas;

Tua beleza eu sei, é tua tristeza,

E teu riso para mim não vale nada.

No casulo da duvida o teu sucesso,

Tornou-se ponto de interrogação;

És lagarta a tecer meus tristes versos,

Que te elevam logo ali na solidão.

Meus caminhos contigo dispersaram,

Sem adeus e sem afagos fostes embora;

E esta seda que hoje tens em frágil corpo,

São minhas lagrimas de amor minha senhora.

 *J.L.BORGES

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