PROGRESSO ANIMAL
As fuligens das cidades,
Marcas da poluição;
Carregadas pelo tempo,
Chegam no meu coração.
O meu céu de muitas estrelas,
Astros sem constelação;
Parecendo nebulosas,
Muito alem de minha visão.
A solidão das cidades,
Machucando o coração;
São trazidas pelo tempo,
Na demência da razão.
O meu céu de tantas estrelas,
Em complexa escuridão;
Ficaram aqui gravados,
Muito alem da emoção.
Me transformo neste escuro,
De loucura e solidão;
Transformando meu futuro,
Numa eloqüente sedução.
A poluição das cidades,
Restos de civilização;
Vícios desta mocidade,
Tão escassa de ilusão.
No transplante das idades,
Sem passado e sem padrão;
As maquinas profanam os céus,
Deste Brasil, sem perdão.
*J.L.BORGES.1991
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