terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O CATAVENTO

O CATAVENTO

Cada dia que envelheço,

Me torno um farol iluminado;

Dentro do meu peito efervescente,

Existe um catavento alucinado.

Quando flutuo em teu corpo alucinante,

Me sinto um viajante estrelar;

Trovões crepitam nesta tempestade,

De prazer, meu catavento a acelerar.

Tua luz digital e fluorescente,

Transcende em meu peito aflito;

Cada dia que envelheço,

Reflito-me em teu infinito.

Sou fogo incandescente,

Brilhando em teu lindo olhar,

Olhar que nunca adormece.

Sou catavento a acariciar,

Teu riso que amanhece,

Em minha alma a brilhar.

 *J.L.BORGES
1989

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