JANELAS DO PASSADO
Ligo o radio,
Abaixo o radio;
Nada escuto;
Só ruídos da cidade,
Civilização que busca o nada nesta vida,
Pois a bomba está prestes a explodir.
Quero dormir,
Quero fugir, mas não consigo,
Estou amarrado nesta dura realidade.
Tenho medo da paz que nos corrompe,
Medo de não poder ter medo,
Medo desta janela a me observar
A janela do meu quarto de pensão,
Onde vejo acenando para mim,
Entre as cinzas de um passado artificial,
Deus, Nixon, Gromico e o diabo.
*J.L.BORGES.1990
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