INÚTIL
Eu sou alguém que desconheço,
Sem saber quem é você;
Ainda assim não somos escravos,
Pois a nossa liberdade nos vigia e nos protege.
Queria você pelo fato de não poder querer,
Queria você pelo fato de não poder sentir saudade;
Fico a espera de algo que não sei;
Enquanto todos me perguntam como vou,
Como se meus sentimentos fossem apenas,
Mesclas de valores ambulantes.
Eu não estou fora disso,
Procuro algo para fazer,
Enquanto a vida aqui fora passa,
Sentindo solidão fico a espera,
De algo que não sei a onde está.
Acho que demorei muito para sacar,
Que não passamos de crianças grandes,
Brincando de destruirmos-nos mutuamente.
Por que será que tudo é tão frágil?
A nossa sociedade é marcada por egoísmos;
Não posso amar com passividade,
Apesar de ter tanta ansiedade,
Mas sei que você está feliz,
Isto é o que importa.
O fato de não te-la não interessa,
Assim como meu pseudo sentimentos,
Pois tudo isso é algo que nunca tive,
Fico imaginando prensado na segurança,
Vivendo esta vida inútil sem poder pensar,
Comendo, dormindo,
Regredindo apenas, e nada mais.
*J.L.BORGES...1990
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