quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

INUTIL

INÚTIL

Eu sou alguém que desconheço,

Sem saber quem é você;

Ainda assim não somos escravos,

Pois a nossa liberdade nos vigia e nos protege.

Queria você pelo fato de não poder querer,

Queria você pelo fato de não poder sentir saudade;

Fico a espera de algo que não sei;

Enquanto todos me perguntam como vou,

Como se meus sentimentos fossem apenas,

Mesclas de valores ambulantes.

Eu não estou fora disso,

Procuro algo para fazer,

Enquanto a vida aqui fora passa,

Sentindo solidão fico a espera,

De algo que não sei a onde está.

Acho que demorei muito para sacar,

Que não passamos de crianças grandes,

Brincando de destruirmos-nos mutuamente.

Por que será que tudo é tão frágil?

A nossa sociedade é marcada por egoísmos;

Não posso amar com passividade,

Apesar de ter tanta ansiedade,

Mas sei que você está feliz,

Isto é o que importa.

O fato de não te-la não interessa,

Assim como meu pseudo sentimentos,

Pois tudo isso é algo que nunca tive,

Fico imaginando prensado na segurança,

Vivendo esta vida inútil sem poder pensar,

Comendo, dormindo,

Regredindo apenas, e nada mais.

                  *J.L.BORGES...1990




Nenhum comentário:

Postar um comentário