quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

INFÂNCIA

INFÂNCIA

São bolhas de sabão soltas ao vento,
Desenhos indecifráveis soltos no papel;
O toque da corneta do picolezeiro,
O jogo de sapata, gangorra e carrossel.

São flores amarelas chamando a primavera,
A luz da estrela Dalva brilhando na manhã;
É o vento de novembro sob as nuvens brancas,
Trazendo a esperança com gosto de maça.

Criança sem camisa lá fora a levitar,
Sorriso tão bonito, como é bom sorrir!
É um anjo a flutuar suave no infinito,
Criança sem camisa, como é bom sonhar!

Pandorgas e balões enfeitam teu futuro,
É linda está criança, canções em dó menor;
Eu vejo em seu olhar a luz da esperança,
Que rasga este escuro para um dia bem melhor.

*J.L.BORGES
1989

Um comentário:

  1. Boa poesia, meu amigo.....doce infância, desabrochar da adolescência, prenúncio remoto da maturidade que se fazia distante e que hoje já se faz passada....mas que felizmente teima em não ir embora.... abraço, amigo, de todas as fases


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