CAÇADOR DE MIM
Se a revolta volta,
O que fazer? Pois nada faço;
Me agarro em meus abraços,
Nesta estrada dura e torta.
Nada vale se o futuro,
Que eu procuro não está;
Aqui perto, ele está lá,
Bem alem, num tempo escuro.
Meus muros de liberdade,
Nada valem se a luta;
Da pessoa que me escuta,
Nas esquinas da cidade.
Hoje eu sigo com vontade,
De amar mais meu irmão;
Abrir bem meu coração,
Para a tal felicidade.
Em meus sonhos fui a Pequim,
De lá voltei trazendo a paz;
Talvez um dia eu volte atrás,
Sendo caçador de mim.
*J.L.BORGES
1989
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