MINHA BANDEIRA É A DOR
As dores que castigam,
Meu corpo e minha alma;
São dores de amor,
Tristeza, que nunca me acalma.
As lágrimas que molham,
Minha face enrugada também
Saudade nefasta e danada,
Que tenho de alguém.
Assim vou vivendo,
Eu e a solidão envolvente
Não tenho ilusões;
Pois tudo esqueci derepente.
A vida me deu como bandeira,
Estas dores que trago agora,
Até meus amores passados
Todos os perdi, foram embora.
Nesta hora as dores,
Me são companheiras;
Oh! Vida cruel que castiga
Oh!vida medonha e traiçoeira.
Elas até se parecem,
Com flexas certeiras;
Que rasgam meu peito,
E fogem ligeira.
*JORGE LUIS BORGES
2021/08
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