ALDEIA DE MINHA INFÂNCIA
Não posso reclamar de minha aldeia,
Falar mal de minha cidade por ai,
Dizer palavras malignas, que coisa feia!
Desprezar a terra onde nasci.
Ando longe de minha terra, minha cidade,
Mas a tenho num cantigo do coração;
Esta distância me machuca de verdade,
Mas minha aldeia não esqueço ela não.
Um dia eu sei, voltarei a minha terra,
Montarei minha barraca e lá ficarei;
Respirarei o bom ar da verde serra,
Lá da aldeia onde um dia voltarei.
É por isso que hoje frizo meu senhor,
Reclamar de minha aldeia? e bem capaz!
A! meu doce paraíso,onde o amor
Levemente serpenteia junto a paz.
*Jorge Luis Borges
Brasil 2021
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