segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

JORGE, O BRASILEIRO

JORGE, O BRASILEIRO

Então Jorge partiu pensando,
Lembrando sua vida morta;
O tempo que foi voltou,
Trazendo Jorge de volta.

Jorge voltou sem vontade,
Sem saudade, sem alegria;
A moça espantada assiste,
Jorge morrer todo o dia.

Jorge sucumbi todos os dias,
Sempre lembrando a maneira de ferir;
Talvez se Jorge fosse diferente,
Aprenderia a amar e a sorrir.

É triste a moça ter que suportar,
Jorge por tanto tempo;
Se ao menos Jorge aprendesse,
Que as pessoas tem sentimento

A moça fica calada,
Não comenta que Jorge morreu;
Mas pra que comentar a morte de Jorge,
Se Jorge sempre renasceu.

Jorge morre quando quer,
E volta quando bem entende;
Ela sabe que Jorge fere sem sentir,
A moça perdoa, a moça compreende.

Se um dia Jorge voltasse um pouco melhor,
Talvez descobrisse o motivo de viver;
Descobrisse que a vida é boa,
E que pra viver bem não é preciso morrer.

Mas Jorge é teimoso e um dia,
Ao morrer encontrará sua luz
E renascerá na paz imutável,
Ao lado do amor, longe da cruz.
                     
*J.L.BORGES

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