quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

BOIS DE PIRANHA

“BOIS DE PIRANHA”

Eu vejo neste cotidiano imutável,

O suor do povo oprimido;

Sustentando a fome voraz dos governantes,

Nos quatro cantos da terra.

Eu vejo neste cotidiano implacável,

Os calos nas mirradas mãos dos miseráveis,

A erguerem palácios suntuosos aos opressores,

Em toda a parte do mundo.

Esta é a vida curta e sem sentido,

A dura realidade do povo escravizado;

Aplacando a ganancia daquele que o governa,

Em qualquer lugar do planeta.

Por que esta diferença oceânica de riqueza?

Milhões a poucos e centavos para milhões...

Por que esta diferença ferrenha do livre comercio,

Na hedionda lei da oferta e da procura?

Onde está a liberdade pregada pela democracia?

Onde está a liberdade defendida pelo capitalismo;

Pelo comunismo, pelo ateísmo e pelas religiões?

A tempos a procuro, não consigo encontra-la.

Assim constato humildemente e com tristeza,

A liberdade de fato não existe;

E sendo assim percebo claramente,

Que o homem é lobo do homem em qualquer questão.

E nesta disputa entre o capitalismo e o comunismo,

Nesta guerra entre o ateísmo e a religião;

Quem paga o pato é sempre o povo,

Esta multidão de miseráveis vagando na face da terra.

*J.L.BORGES

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