FILHOS DE ANGOLA
Eu sou desta Angola,
Perdida no deserto da fama;
Onde esperança da criança,
Estau presa neste lençol de lama
Este país onde tu brincas,
Com poder das armas do inimigo;
Vendo os filhos desta pátria ultrazada,
Aos pouco sendo esquecidos.
Angola tu és moribunda,
És um candengue nesta terra inglória;
Tua esperança e teus sonhos,
Estão jogados nas ruas de ouro ilusório.
Assim reclamas de riquezas,
Riqueza esta que o povo não tem;
Que pertencem a banqueiros e hienas,
Estas que exploram e nada dão a alguem..
Com tanto petróleo e diamantes,
Presenteias teus filhos com mortalhas;
A fome no meu bolso reclamou,
Me encheram com sobras e migalhas.
Para enganar meu eu estou mango,
E perdido em tua noite denegrida;
A onde todo mundo quer banhar-se
Neste oceano onde a fuga convida.
Mesmo sem fortunas nós sorrimos,
Pois ainda temos a esperança;
Esta espera de um tempo melhor,
E bons ventos as nossas crianças.
Angola és uma estrela candente,
Farrapa estrela da Africa febril;
Onde a desesperança te bate palma,
Aplaude ironicamente esta governação senil.
Porem és uma bela nação,
De candengue que a fome não reclama;
Onde o saco de arroz fere o lombo,
Destes filhos que a patria engana.
Lagrimas estas que é a minha tristeza,
Derramadas por olhos alheios agora;
Que já não sabem mais sorrir
Por ti angola, o! Triste senhora.
*JORGE LUIS BORGES
BRASIL
participação
AFONSO XIRIMBIMBI DE FÁTIMA
ANGOLA
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