terça-feira, 28 de janeiro de 2020

FILHOS DE ANGOLA


FILHOS DE ANGOLA


Eu sou desta Angola,

Perdida no deserto da fama;

Onde esperança da criança,

Estau presa neste lençol de lama


Este país onde tu brincas,

Com poder  das armas do inimigo;

Vendo os  filhos desta pátria ultrazada,

Aos pouco sendo esquecidos. 


Angola tu és moribunda,

És um candengue nesta terra inglória;

Tua esperança e teus sonhos,

Estão jogados nas ruas de ouro ilusório.


Assim reclamas de riquezas,

Riqueza esta que o povo não tem;

Que pertencem a banqueiros e hienas,

Estas  que exploram e nada dão a alguem..


Com tanto petróleo e diamantes,

Presenteias teus filhos com mortalhas;

A fome no meu bolso reclamou,

Me encheram com sobras e migalhas.


Para enganar meu eu estou mango, 

E perdido em tua noite denegrida;

A onde todo mundo quer banhar-se 

Neste oceano onde a fuga convida.


Mesmo sem fortunas nós sorrimos,

Pois ainda temos a esperança;

Esta espera de um tempo melhor,

E bons ventos as nossas crianças.


Angola és uma estrela candente,

Farrapa estrela da Africa febril;

Onde a desesperança te bate palma,

Aplaude ironicamente esta governação senil.

 

Porem és uma bela nação,

De candengue que a fome não reclama;

Onde  o saco de arroz fere o lombo,

Destes filhos que a patria engana.


Lagrimas estas que é a minha tristeza,

Derramadas por olhos alheios agora;

Que já não sabem mais sorrir 

Por ti angola, o! Triste senhora.


*JORGE LUIS BORGES

             BRASIL

participação

AFONSO XIRIMBIMBI DE FÁTIMA

             ANGOLA




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