quarta-feira, 17 de novembro de 2021

O BORRACHO


O BORRACHO


Não posso beber, 

Muita caipirinha;

Que fico abobado, 

Perdido na minha.


Se tomo talvez,

Umas duas cervejas,

Eu fico fissurado, 

Dormindo nas mesas.


Se tomo por certo,

Alguns copos de vinho,

No mundo da lua, 

Eu falo sozinho.


Me faz tanto mal, 

A danada cachaça,

Que eu tonto me encharco, 

De tudo acho graça.


É assim esta vida,

De um homem borracho,

Bebendo por falta de amor, 

Não me acho.


Mas se ela voltar, 

Vou largar da bebida;

Vou ser outro homem, 

E ter nova vida.


*JORGE LUIS BORGES

2021/11


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