quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

SOLIDÁRIOS SOLITÁRIOS

   SOLIDÁRIOS SOLITÁRIOS 


   Eu percebo ao longo de minha existência que todo o final de ano é a mesma coisa, todos repetem um antigo refrão de saúde  paz,felicidade,etc,etc.

   São tantos e tantos reunidos que até fico espantado, pois geralmente é apenas naqueles momentos de passagem, e depois das comemorações finalizadas eles tiram as suas máscaras e retornam ao seu cotidiano diário e seguem aquele caminho que a tanto tempo percorrem, solitários, as vezes cercados de pessoas em seus caminhos, mas sempre solitários. 

   Um bom exemplo sou eu,que vivo esta minha boa existência solitário. 

   Meus natais e ano novo, por exemplo, em Camaquã geralmente eram a dois ou no máximo a três, passava-os na minha infância com minha saudosa mãe de criação , e minha vó natural; isso é o que me vem a lembrança, pois meu pai de criação, e meu avô natural há tempos tinha partido. 

   Depois veio a adolescência e a mesma rotina de fins de ano com minha mãe avó e aos poucos começando a ir a algumas festas, como era o natural da idade.

   Após este tempo fui para Porto Alegre, lá morava em pensões ,embora meu pai e minha mãe morassem na capital,um em cada endereço logicamente, mas pouco nos procurávamos.

   Nas pensões eu morava com muita gente, porém quando o fim de ano chegava era uma debandada geral, e lá ficava eu solitário, as vezes com um ou dois rapazes para solidariamente irmos a algum réveillon de segunda categoria. 

   Com o passar do tempo arrumei um casório, trocando por muidos; casei , e estamos até hoje juntos, mas solidários na solidão  a dois, pois geralmente sempre passamos os natais e anos novos somente nós dois, e como sempre digo a ela com Deus ao nosso lado.

   Porém eu vou ressaltar, esta situação de eu ser um ser solitário não me apoquenta nem um pouco, pelo contrário eu a curto muito  pois esquenta minha alma e coraçao, pois sou um pássaro solitário por natureza, sempre em busca da contemplação, e quiçá;na busca do nirvana supremo, por que não. 

  Assim eu posso afirmas; se por acaso houver uma ruptura nesta minha boa rotina, certamente bem não me fará pois me considero um solidário solitário. 


   *Jorge Luis Borges 

   

   


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