MEU RANCHINHO
Eu nasci naquela terra,
Numa tapera rente ao chão;
Cravejado de buracos,
E fumaças no fogão.
Quando vem a madrugada,
Vai sumindo a escuridão;
Passarinhos na clareira,
Iniciam o barulhao.
E depois que amanhece,
Tomo um bom de um chimarrão;
A chinoca me agradando,
Bate forte o coraçao.
Quando o galo para o canto,
Dou adeus a minha chinoca;
E me vou pro meu roçado,
Com asaudade que me toca.
Quando a tarde chega morna,
Se despede o velho dia;
Volto suado da roça,
Peito cheio de alegria.
Meu ranchinho é bem velhinho,
Pequenino e acolhedor;
Onde tem minha chinoca,
No frescor de seu amor.
*J.L.BORGES.
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