sexta-feira, 31 de maio de 2019

TEIA DO TEMPO


TEIA DO TEMPO

A estranha aranha do tempo,

Em sua teia tece as horas;

Os segredos... Os minutos,

Em sua teia tece os momentos.

Que farei agora? Pergunta o dia,

E o relógio em conluio com a aranha;

Devora meus lamentos,

As horas... Melancolia.

Quando a noite passa, insistente,

Vejo relâmpagos incessantes;

Riscando este meu céu,

Que muda a todo o instante.

Parece a voz do vento,

Estes trovões lá fora;

Chorando, oh! Senhora,

Levados pelo tempo.

Enquanto isso ao fundo,

A aranha tece a teia;

O estranho emaranhado,

De horas e segundos.

E tudo que era ontem,

Agora é só passado;

Meus sonhos anelados,

A vida hoje retém.

E logo este futuro,

Será o meu presente;

Que não ganho, pois a vida,

É apenas um fado escuro.

A teia entretanto,

É tecida pela aranha;

Que leva o tempo  embora,

Levando nosso encanto.

Em meio a trovões,

Relâmpagos e tanta chuva;

A aranha tece a teia,

Sua rede, ilusões...

Depois que a chuva passa,

Retorna à aranha a lida;

Quem sabe uma nova vida,

De paz aqui se faça...

*J.L.BORGES


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