quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

TEMPO

TEMPO

Part.1


Existe um tempo aleatório,

No limite do reinício;

O tempo fausto em que a noite,

É o portal do precipício. 


Existe o tempo do nada,

Tempo de tudo e de todos;

Da estagnação a fluidez,

Aquele amor belo e novo.


Existe o tempo do caos,

O tempo da harmonia;

O tempo da intolerância,

Da tolerância sadia.


Tempo do ódio e do  amor;

Da miséria e da abundância;

Existe o tempo das trevas,

Escuridão...luz e inconstância.


TEMPO

Part.2


E tem o tempo da condenação,

Absolvição da fogueira;

Abolição da ilusão,

Fraternidade e barreiras.


Existe o tempo da inveja,

Tempo da sinceridade;

O tempo do vento suave,

Minhas mentiras e verdades.


Do passado rumo ao futuro,

Tempo do inicio ao fim;

Tempo do mar e da terra,

Do não e também do sim.


juntamente com a fera,

Tempo da a água e do fogo;

Deserto e fertilidade,

Primavera, prazer e gozo.


TEMPO

Part.3


E o tempo surreal,

Da  lucidez ao perdão;

Tempo do boato ao fato,

Inverno,outono e verão.


Existe o tempo irreal,

Contemplação a loucura;

Onde a nossa sanidade,

Da morte e apenas fissura.


E tem o tempo da vida,

Namorando a eternidade;

Tempo da paixão distante,

Onde a lavoura é saudade.


Existe o tempo de sonhos,

O tempo da realidade;

Da doença beijando saúde,

Maculando a mocidade.


TEMPO

Part.4


Tem o tempo da água e do vinho,

Onde o infinito é tenue luz;

Num finito tempo concreto,

Um abstrato que não mais seduz.


E tem o tempo ilusório,

Tempo errado ou correto;

Primo irmão do verdadeiro,

E tem o tempo irrisório.


Tempo incrível, talvez crivel,

E lá no pulo do gato;

O duradouro é perecível,

O resto é mero relato.


Existe o tempo  pobreza,

Tempo da caça e caçador,

Tem o tempo da vil riqueza,

Certeza e falta de amor.


TEMPO

Part.5


E na inacreditável beleza,

Uma acreditavel aposta;

Da presa e do predador,

Do jeito que o tolo gosta.


Do disperso ao controlável,

Do aceitavel escravo liberto;

Da soberba ao humilde tempo,

Onde o incerto é o mais certo.


Existem tempos de tantas mentiras,

Outros tempos de inverdades;

Tempo de grandes incerteza,

Onde o incerto é aceitável.


E tem o tempo maculado,

De mãos dadas com a pureza;

O imaculado intocável, 

Palpável igual brasa acesa.


TEMPO

Par.6


Tem tempo de frio e calor,

Ou carência da fartura;

Tempo louco e a lucidez,

Onde a respidez e aventura.


O tempo do feio ao belo,

Flagelo a porta da gente;

Onde o social capital,

E verme em boa semente.


E tem barulho e silencio,

Do estranho deus desconhecido;

Gerando duvidas, e a certeza,

Será que ela é boa amiga?


Vou somar débito ao crédito,

Misturar lágrimas e  sorrisos;

Da perda herdarei meus ganhos,

Meus  infernos e paraisos.


TEMPO

Part.7


E assim no tempo da glória,

Meus fracassos, ledo engano;

Tem os tempos em que a derrota,

É rio sonhando oceanos.


E tem um tempo de fé,

Onde a descrença faz morada;

Existe um tempo de lamento,

No canto da passarada.


Onde o genesis e repintado

Em quadros apocalípticos

De um apocalipse insoluvel,

Onde somos surdos-mudos.


E tem o tempo do pó,

Onde a matéria contrai-se;

Confundindo guerra e paz,

Do fim ao inicio de tudo


*Jorge Luis Borges

Guaíba.Rs.01/2022




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