A CRIAÇÃO
Part.1
De Deus a Adão,
Da cobra a Eva;
Da erva ao bom fruto,
Foi assim a criação…
Do nada absoluto ao início,
Do precipício a placidez;
Do vácuo ao som,
Da estagnação a fluidez.
Do caos a harmonia,
Da intolerância a tolerância;
Do ódio ao amor,
Da miséria a abundância,
Das trevas a luz,
Do condenação a absolvição;
Da avareza a fraternidade,
Da negatividade a abnegação.
A CRIAÇÃO
Part.2
Da inveja a sinceridade.
Da não ao sim;
Do passado ao futuro,
Do inicio ao fim.
Do céu a terra,
Da terra ao mar,
Do mar ao fogo.
Do fogo ao ar.
Do surrealismo a lucidez,
Do erro ao perdão;
Do boato ao fato,
Do inverno ao verão.
Do real ao irreal,
Da loucura a sanidade;
Da morte a vida,
Do efêmero a eternidade.
A CRIAÇÃO
Part.3
Do sonho a realidade,
Da doença a saúde;
Do finito ao infinito,
Do maligno a virtude.
Do deserto a fertilidade,
Do abstrato ao concreto;
Da água ao vinho,
Do errado ao correto.
Do ilusório ao verdadeiro,
Do incrível ao crivel;
Do fictício ao verdadeiro,
Do duradouro ao perecível.
Da pobreza a riqueza,
Da caça ao caçador;
Do inacreditável ao acreditavel,
Da presa ao predador.
A CRIAÇÃO
Part.4
Do enfermo ao saudável,
Do disperso ao controlável;
Do escravo ao liberto,
Da soberba a humildade.
Da mentira a verdade,
Da pobreza a riqueza;
Do maculado ao imaculado
Do intocável ao palpavel.
Do frio ao calor,
Da carência a fartura;
Da loucura a lucidez,
Da respidez a ternura.
Do feio ao belo,
Da seca a enchente;
Do social ao capital,
Do verme a semente
A CRIAÇÃO
Part.5
Do barulho ao silencio,
Do estranho ao conhecido;
Da duvida a certeza,
Do inimigo ao amigo.
Do débito ao crédito,
Da lágrima ao sorriso;
Da perda ao ganho,
Do inferno ao paraiso.
Do fracasso a gloria,
Do ônus ao bônus;
Da injúria ao juramento,
Da derrota a Vitória.
Do genesis ao apocalipse
Do insolúvel ao solúvel;
Do pó a matéria,
Da guerra a paz.
Part.6
Da morte a ressureição,
Do recomeço ao final;
Da dúvida a certeza,,
A volta, a morte do mal.
Do derradeiro a luz,
Do último vem o primeiro;
No fim da caverna a estrada
Do fantástico ao verdadeiro.
Depois vem o fim dos tempos,
Novos ventos e calmaria;
A noite depois o dia,
Da ceifa ao criador.
Quem sabe um novo Adão,
Depois uma nova Eva;
Da cobra a novos pecados,
E o retorno da criaçao.
*Jorge Luis Borges
Guaíba.Rs.01/2022
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