DEVANEIO
Eu voltei ao pó,
O pó da terra;
No pé da serra,
Voltei ao pó.
Voltei sem fé,
Voltei sem crença;
Porque achava,
Não mais voltar.
No devaneio,
Das noite tortas;
Minha alma morta,
Tornou-se pó.
É sem sentido,
O pesadelo;
Nesta viagem,
A onde eu só.
Agora durmo,
No fundo falso;
Do fim do mundo,
Um saco fundo.
Meu devaneio,
Um fundo fausto;
A onde a morte,
Da vida é amiga.
Voltei ao pó,
Assim de um jeito;
Sem medo ou dor,
Que até da dó.
.
O doremi desta canção,
Que faço então;
Sem poesia,
E inspiração.
Voltei ao pó,
O pó apenas;
Na dor pequena,
Desta loucura
*Jorge Luis Borges
Brasil
(Guaiba 2022/01)
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