sexta-feira, 16 de julho de 2021

MISÉRIA

MISERÁVEIS


Este frio que bate a porta,

Do sem teto, do sem camisa,

Do infeliz que não tem nada,

É o mesmo frio que bate nos casebres,

Daquele trabalhador, pobre coitado!

Que desperta no rigor da madrugada.


Esta fome que ronda tantas mesas,

Do sem teto, do sem camisa,

Do infeliz que não tem nada;

E a mesma fome que ataca com certeza,

Estes miseráveis em vã labuta,

Em sua luta degradada.


Pobre gente esquecida e desprezada,

Que caminha na completa solidão,

A procura de bons ventos,oh! ilusão,

Pobre gente invisível que espera,

Aquela  esperança tão sonhada,

Um bom tempo e ganha um não.


*J.L.Borges Rodrigues

 Gravataí 2021/07


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