SEU ZÉ

     SEU ZÉ

     Seu Zé era um cidadão exemplar, tanto na família como no ambiente de trabalho; até que…

     Cansado de ver tanta trampulinagem na firma onde trabalhava seu Zé resolve entrar na onda, levou então um botijão de gás para assim trocar por outro cheio, porém neste dia seu chefe resolve sei lá o porquê contar todo estoque da empresa e o botijão do seu Zé entra na contagem para azar do desafortunado futuro trambiqueiro que assim acaba além de perder seu botijão, contribuindo para o aumento de cascos do depósito.

     OUTRA DE SEU ZÉ

     Em outra ocasião seu Zé foi colocado como quebra galho no caixa da empresa, pois o caixa titular tinha faltado ao trabalho naquele dia.

     "Tai, é hoje que vou me dar bem" pensou ele.

     Seu Zé então durante o expediente vendeu botijões de gás a preço além do valor real, e assim ao fim do dia o excedente do caixa vai para seu bolso,ao fazer o desonesto traslado no fechamento do caixa viu uma nota de 200 reais novinha em folha,como o fruto da desonestidade tivesse lhe rendido 150 reais ele pega suas 2 únicas notas, uma de 100 e outra de 50 que estavam reservadas para o pagamento de um boleto bancário na manhã sequinte e faz a desonesta troca pela nota de 200 por ela estar em novinha em folha, ao contrário das suas que bem surradas estavam.

     No outro dia seu Zé vai ao banco pagar o tal boleto e para sua surpresa sua nota de 200 reais é confiscada pelo caixa do banco, falsificada.

     Seu Zé sai com o rabo entre as pernas envergonhado e desolado pelo prejuízo.

     Com estas 2 lições desastrosas nunca mais seu Zé agiu desonestamente, nem na empresa e nem em lugar algum, lições que a vida  dá por tortuosos caminhos.

     *Jorge Luis Borges

       2021/05