SOLIDÃO A DOIS
Esta solidão a dois devora,
Nesta hora que não satisfaz;
Queria paz e mais, perdi a hora,
E só agora nós percebemos,
Os desenganos tempos atrás.
Esta engrenagem do cotidiano,
É solidão tola e desumana,
Que nos engana em maquiagens;
Tola mensagem ano após ano,
E aqui nós dois neste oceano...
Ando cansado, cansado andamos,
A percorremos longos caminhos,
De nós sozinhos, o! Solidão;
Queria então mais liberdade de escolher,
O nosso viver, entre a saudade e o coração.
*Jorge Luis Borges
Gravataí, Março 2021
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