terça-feira, 26 de maio de 2020

SEMENTE DO CAOS


SEMENTE DO CAOS


Saio da cama e corro do quarto,

Escorro pra sala, ligo a televisão;

As novas notícias são tolas tão velhas,

Cansadas e enganosas, e sem opinião.


Com a barriga vazia me tranco em meu quarto,

É um parto aguentar os dias de agora;

Me jogo na cama e o corpo reclama,

A falta de sal, o sol brilha lá fora.


Levanto da cama, mal abro a janela,

Espio com medo a rua vazia;

Da fresta da porta eu vejo o portão,

E meu coração reclama a alegria.


Voltando a minha cama eu tento dormir,

Esquecer as notícias deste louco momento;

Porém a semente do caos germinou,

E agora ele pede carona ao vento…


*JORGE LUIS BORGES

GUAIBA/BRASIL

2020/05

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