SEMENTE DO CAOS
Saio da cama e corro do quarto,
Escorro pra sala, ligo a televisão;
As novas notícias são tolas tão velhas,
Cansadas e enganosas, e sem opinião.
Com a barriga vazia me tranco em meu quarto,
É um parto aguentar os dias de agora;
Me jogo na cama e o corpo reclama,
A falta de sal, o sol brilha lá fora.
Levanto da cama, mal abro a janela,
Espio com medo a rua vazia;
Da fresta da porta eu vejo o portão,
E meu coração reclama a alegria.
Voltando a minha cama eu tento dormir,
Esquecer as notícias deste louco momento;
Porém a semente do caos germinou,
E agora ele pede carona ao vento…
*JORGE LUIS BORGES
GUAIBA/BRASIL
2020/05
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