terça-feira, 26 de maio de 2020

SAUDADE


SAUDADE


Saudade, bichinho danado,

Fez sua morada em meu coração;

Chegou derepente, sem ser convidado,

Trancou-se aqui dentro, não saiu mais não.


Saudade, sonho sem dormir,

Teimoso pesadelo que chega ate nós;

Nos engana a ingrata, sempre a nos ferir,

Embora nem sabíamos, é o nosso algoz.


Saudade, tormento dos amantes,

Que a todo instante pensam na amada;

É a dor suave do amor constante,

É solidão, rompantes nestas madrugadas.


Saudade mata? Isso eu não sei,

Pois de ter saudade eu nunca morri;

Porém eu sei que sempre te amei,

E por ter saudade nunca te esqueci.


*JORGE LUIS BORGES

GUAIBA/BRASIL

2020/05



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