SAUDADE
Saudade, bichinho danado,
Fez sua morada em meu coração;
Chegou derepente, sem ser convidado,
Trancou-se aqui dentro, não saiu mais não.
Saudade, sonho sem dormir,
Teimoso pesadelo que chega ate nós;
Nos engana a ingrata, sempre a nos ferir,
Embora nem sabíamos, é o nosso algoz.
Saudade, tormento dos amantes,
Que a todo instante pensam na amada;
É a dor suave do amor constante,
É solidão, rompantes nestas madrugadas.
Saudade mata? Isso eu não sei,
Pois de ter saudade eu nunca morri;
Porém eu sei que sempre te amei,
E por ter saudade nunca te esqueci.
*JORGE LUIS BORGES
GUAIBA/BRASIL
2020/05
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