CAIXA DE OSSOS
Aqui estou, inerte e deitado,
Envolto em silêncio e escuridão;
Enquanto os humanos lá fora… coitados,
Inundados de medo...dúvidas e solidão.
Aqui com certeza nada faço de errado,
Meu mundo é minúsculo e particular;
Lá fora um mundo desumanizado,
Povoado de humanos a matar…e matar.
Minha casa é esta caixa de ossos, mais nada,
Me sinto em paz pois encontrei o meu norte;
E assim nada peço a esta gente acuada,
Carente de luz e com medo da morte.
Mas a morte os espreita e eles terão,
No futuro sua casa de ossos também;
Não interessa a riqueza, o seu galardão,
Será esta morada, que me faz tanto bem.
*JORGE LUIS BORGES
GUAÍBA/BRASIL
2020/05
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