terça-feira, 26 de maio de 2020

CAIXAS DE OSSOS


CAIXA DE OSSOS


Aqui estou, inerte e deitado,

Envolto em silêncio e escuridão;

Enquanto os humanos lá fora… coitados,

Inundados de medo...dúvidas e solidão.


Aqui com certeza nada faço de errado,

Meu mundo é minúsculo e particular;

Lá fora um mundo desumanizado,

Povoado de humanos a matar…e matar.


Minha casa é esta caixa de ossos, mais nada,

Me sinto em paz pois encontrei o meu norte;

E assim nada peço a esta gente acuada,

Carente de luz e com medo da morte.


Mas a morte os espreita e eles terão,

No futuro sua casa de ossos também;

Não interessa a riqueza, o seu galardão,

Será esta morada, que me faz tanto bem.


*JORGE LUIS BORGES

GUAÍBA/BRASIL

2020/05

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