TÉDIO NOTURNO
As vezes penso, será que sou eu?
Sou eu a pensar no passado;
Uma vida a teu lado,
Que a tempos morreu?
Meu riso? Um sorriso apagado,
Gemendo com estas lembranças;
Raras e escassas esperanças,
Que com o tempo, em vão feneceu…
As folhas secas de meus sonhos,
Fugiram apressadas com o vento;
Este tempo imutável e cortante,
De instantes, meus tristes lamentos…
Sinto frio nesta hora senhora,
Tanto frio, nem mais durmo;
E a chuva malvada em mim chora,
Na solidão deste tédio noturno…
*JORGE LUIS BORGES
BRASIL
Nenhum comentário:
Postar um comentário