sábado, 1 de fevereiro de 2020

TÉDIO NOTURNO


TÉDIO NOTURNO


As vezes penso, será que sou eu?

Sou eu a pensar no passado;

Uma vida a teu lado,

Que a tempos morreu?


Meu riso? Um sorriso apagado,

Gemendo com estas lembranças;

Raras e escassas esperanças,

Que com o tempo, em vão feneceu…


As folhas secas de meus sonhos,

Fugiram apressadas com o vento;

Este tempo imutável e cortante,

De instantes, meus tristes lamentos…


Sinto frio nesta hora senhora,

Tanto frio, nem mais durmo;

E a chuva malvada em mim chora,

Na solidão deste tédio noturno…


*JORGE LUIS BORGES

 BRASIL

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