O ÚLTIMO CORTEJO
Aos poucos eles chegam, dezenas talvez,
E ele os espera envolto em silencio;
Sorrisos amarelos e abraços apertados,
Uma lágrima que escorre, suspiros e afetos.
Alguns cafezinhos, cigarros também,
Pigarros...conversas fluindo aos poucos;
E ele em silêncio parece dormir,
Algumas pessoas orando de fato.
Ele hirto e rígido será que ouve estas preces?
Inicia-se o cortejo e sem dar adeus,
Ele vai mansamente carregado por outros,
Depois da jornada o lugar o espera,
Derradeiro e escuro, parece prisão,
É um escuro aposento bem perto dos deuses.
Lá ele é deixado e os outros partindo,
Não sabem sua hora de partirem tambem;
Novamente sorrisos e abraços apertados,
Eles seguem em silencio de volta a seus lares.
*JORGE LUIS BORGES
BRASIL
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