segunda-feira, 2 de abril de 2018

DIA DO ÍNDIO

O DIA DO ÍNDIO

Meu pensamento viaja devagar,

A um passado distante e mais seguro;

Um tempo de paz e de futuro,

Onde o índio era o dono do lugar.

Um tempo de homens seminus em liberdade.

É bem verdade, não se conhecia brancos;

Eram gente simples, de semblante franco,

Despidos de egoísmo e de maldade.

Não matavam por matar, pois cultuavam,

A mãe natureza e os dons do universo;

A tupã adoravam em simples versos,

E aos seres da floresta, a todos amavam.

Mas chegaram os europeus em naves estranhas,

E também com estranhos conhecimentos;

Destruíram a cultura do momento,

E rasgaram com cidade as montanhas.

Como pragas dominaram quase tudo,

Afastando as criaturas de seu lugar;

Hoje o índio não tem terra pra plantar,

Nada tem, isto eu sei e não me iludo.

Assim vão morrendo pouco a pouco,

Suas tradições, seu orgulho, sua cultura;

São humilhadas estas poucas criaturas,

Por estes homens de face branda e alma louca.

E hoje ao índio o quê sobrou?

Apenas um dia transvestido de bondade;

Pobre ser, desprovido de maldade,

Suas malocas a beira estrada é o que restou.

                                                                         *J.L.BORGES








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