sexta-feira, 21 de novembro de 2025

UM SOLITARIO NA SELVA DE PEDRA

UM SOLITÁRIO NA SELVA DE PEDRA

As vezes aterradora e tenebrosa,
Não é a escuridão da noite, 
É a claridade ofuscante do dia;
Não é a imensidão da noite,
É a solidão do dia.

O maior medo que trago em mim,
Não é andar sozinho, 
Nas imensas matas e selvas,
E vagar em meio a multidão, 
Desta egoistica selva de pedra. 

Onde os animais bebem sua água, 
A onde a perdiz constrói seu ninho, 
E lá que eu gostaria de viver,
Onde os animais passam a noite,
E lá que eu almejaria adormecer.

No silêncio da noite a sabedoria flutua,  
O pensamento fica livre e a sabedoria flutua;
No ruído das grandes cidades, 
A fera que nunca dorme devora a razão,
…E a vida continua rumo ao desconhecido.

É por isso que sou um homem só, 
No meio desta multidão frenética. 

*J.L.Borges do Brasil ®






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