As vezes aterradora e tenebrosa,
Não é a escuridão da noite,
É a claridade ofuscante do dia;
Não é a imensidão da noite,
É a solidão do dia.
O maior medo que trago em mim,
Não é andar sozinho,
Nas imensas matas e selvas,
E vagar em meio a multidão,
Desta egoistica selva de pedra.
Onde os animais bebem sua água,
A onde a perdiz constrói seu ninho,
E lá que eu gostaria de viver,
Onde os animais passam a noite,
E lá que eu almejaria adormecer.
No silêncio da noite a sabedoria flutua,
O pensamento fica livre e a sabedoria flutua;
No ruído das grandes cidades,
A fera que nunca dorme devora a razão,
…E a vida continua rumo ao desconhecido.
É por isso que sou um homem só,
No meio desta multidão frenética.
*J.L.Borges do Brasil ®
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