CHUVAS DE SAUDADE
Tem dias que sou mau algum momento,
Quando a chuva fria beija a vidraça,
Mas depois que a chuva fina passa,
A maldade vai embora com o vento.
Nestes dias de chuva a solidão me atazana,
E lambe asperamente meu pobre coração,
Que apaixonado acelera sem razão,
Ao lembrar aquela paixão doída e insana.
É por isso que sou mau quando ela cai,
A chuva que me faz lembrar daquela,
Que de meu pensamento nunca sai.
Só depois que a chuva profana passa,
Consigo esquecer um pouco ela;
Mulher cruel, doce e devassa…
*J.L.Borges.do Brasil
Guaiba;26/11/2025
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