domingo, 27 de outubro de 2024

CANÇÃO DO EXCLUÍDO

CANÇÃO DO EXCLUÍDO 


Ser negro é  lavar o carro de gente rica doze horas por dia,sete dias por semana.

Lavar…lavar…lavar…

E o tempo vai passando.

Um mês, um ano, dez anos, e ele sempre lavando carros, enquanto que aquele branquelo que com ele entrou em seu Pseudo- emprego e quem o gerência. 


Ser negro é passar roupas é  esfregar assoalho doze horas por dia, sete dias por semana.

Esfregar…passar…esfregar…passar…

E o tempo vai passando.

Um mes, um ano, dez anos, e eles sempre passando roupas e esfregando assoalhos enquanto que, aqueles branquelos que com eles entraram naquele Pseudo-empregos  são agora quem vistoriam o seu trabalho


Ser negro é construir casas e pintar escolas doze horas por dia,sete dias por semana.

Construir…pintar…construir…pintar…

E o tempo vai passando.

Um mês, um ano,dez anos, e eles sempre construindo e pintando,enquanto que aqueles branquelos que com eles entraram naqueles Pseudo-empregos, são agora os chefes deles dois.


Ser negro é levantar de madrugada,trabalhar o dia todo sem descanso algum,suando as bicas, sem reclamar,sem berro,doze horas por dia,sete dias por semana , alguns 

arando a terra de sol a sol, é outros a lavar calçadas.

arar…lavar…arar… lavar …

Um mês, um ano dez anos e eles sempre arando a terra e lavando calçadas, e uns branquelos que com eles entraram naqueles pseudo-empregos conseguiram fácil um cargo bem melhor.

 E aí dos negros se um dia reclamarem, com certeza serão mandados embora sem direito algum.


Ser negro será castigo ou será flagelo? Alguns dizem que ser negro é  belo.


*Jorge Luis Borges do Brasil 

Guaiba Brasil…04/2024

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Nota do autor


"Canção do Excluído" 


É um grito de dor, uma denúncia da realidade cruel e injusta que muitos negros enfrentam no Brasil.

A poesia expõem com precisão e sensibilidade a exploração, e a desigualdade social que perpetuam a exclusão.



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