CANÇÃO DO EXCLUÍDO
Ser negro é lavar o carro de gente rica doze horas por dia,sete dias por semana.
Lavar…lavar…lavar…
E o tempo vai passando.
Um mês, um ano, dez anos, e ele sempre lavando carros, enquanto que aquele branquelo que com ele entrou em seu Pseudo- emprego e quem o gerência.
Ser negro é passar roupas é esfregar assoalho doze horas por dia, sete dias por semana.
Esfregar…passar…esfregar…passar…
E o tempo vai passando.
Um mes, um ano, dez anos, e eles sempre passando roupas e esfregando assoalhos enquanto que, aqueles branquelos que com eles entraram naquele Pseudo-empregos são agora quem vistoriam o seu trabalho
Ser negro é construir casas e pintar escolas doze horas por dia,sete dias por semana.
Construir…pintar…construir…pintar…
E o tempo vai passando.
Um mês, um ano,dez anos, e eles sempre construindo e pintando,enquanto que aqueles branquelos que com eles entraram naqueles Pseudo-empregos, são agora os chefes deles dois.
Ser negro é levantar de madrugada,trabalhar o dia todo sem descanso algum,suando as bicas, sem reclamar,sem berro,doze horas por dia,sete dias por semana , alguns
arando a terra de sol a sol, é outros a lavar calçadas.
arar…lavar…arar… lavar …
Um mês, um ano dez anos e eles sempre arando a terra e lavando calçadas, e uns branquelos que com eles entraram naqueles pseudo-empregos conseguiram fácil um cargo bem melhor.
E aí dos negros se um dia reclamarem, com certeza serão mandados embora sem direito algum.
Ser negro será castigo ou será flagelo? Alguns dizem que ser negro é belo.
*Jorge Luis Borges do Brasil
Guaiba Brasil…04/2024
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Nota do autor
"Canção do Excluído"
É um grito de dor, uma denúncia da realidade cruel e injusta que muitos negros enfrentam no Brasil.
A poesia expõem com precisão e sensibilidade a exploração, e a desigualdade social que perpetuam a exclusão.
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