UM BRINDE A MORTE
Eu aqui sentado em meu sofá arcaico fico a pensar como tudo muda na vida.
Quando jovem eu era lembro muito bem,como tudo fluía livremente,recordo-me das festinhas do tempo de criança, as reuniões de fins de semana com os amigos, as risadas banais, tudo era festa, a vida era uma festa; era um tabu falar em morte, em velórios e enterros, era tudo vida.
Éramos convidados a aniversários de quinze anos, a casamentos e outros tantos encontros sociais.
O tempo foi passando, e estes convites rareando, prova esta de estarmos envelhecendo, e começaram os convites a uma visita em algum hospital onde estaria internado algum amigo de nossa juventude.
E a coisa foi piorando,com o passar do tempo,aniversários de quinze anos não mais, casamentos nem pensar, e aqueles que no passado casaram e nos até fomos padrinhos,hoje cidadãos da “melhor idade”,separados, alguns pra piorar viúvos ou viúvas.
Assim neste contexto de vida somos agora convidados e para velórios,enterros e coisa e tal,(este ano fui a três), eventos esses que há tempos a trás nem nos passava pela cabeça,ficar horas a fio vendo o dito cujo esticado em algum tablado dormindo o sono eterno, e pra não perdermos a prática da beberagem,bebendo o defunto e lamentando.
Então:vamos brindar a morte?
Jorge Luis Borges do Brasil
Guaiba Rs…08/2024
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