EMBOLIA
Me falta ar quando te vejo,
Nunca te beijo, mas sinto o gosto,
O gosto doce desses teus beijos,
Nas três mil luas de meu agosto.
Fico suado e com febre intensa,
Se tua ausência eu sinto em mim;
Só me conforta a tua presença,
Nas dez mil rosas deste jardim.
Eu não sei bem qual o remédio,
Para afastar de mim esta embolia,
Que sufoca a mil meu coração,
Nas tardes quentes e noites frias.
Mas sei meu bem que Teu olhar,
Que as vezes me dás sem intenção,
Em doses certas irá curar,
E reforçar minha paixão.
*Jorge Luis Borges
(Brasil)
Guaíba RS 2021/12
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