sábado, 14 de abril de 2018

POVO CANSADO

POVO CANSADO

Ando cansado desses senhores,

São predadores, perfeitas feras;

Sem primaveras flores horrores,

Tantos pavores e tontas feras.

Ando cansado (nem vou dormir),

Pra não sonhar estes lamentos;

Maldito evento a denegrir,

O meu sorrir neste momento.

Ando cansado da triste vida,

Esta feri9da em minhas entranhas;

A dor tamanha da despedida,

É paz partida, dóida e estranha.

Ando cansado nesta estrada,

Voz sufocada, e eu me amasso;

O que fazer? Não quero entrada,

Mal  retocado eu me desfaço.

Lento prossigo, cansado ando,

E andando denso eu nada posso;

Se um osso ganho eu nem me zango,

E o provando caio no fosso.

Sou este povo que não progride,

E nem inibe o opressor;

Povo calado que não agride,

Nunca revida, só “Sim senhor”.

*J.L.BORGES

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