segunda-feira, 2 de abril de 2018

CANÇÃO DA MORTE

CANÇÃO DA MORTE

A dama chega sem pressa,

E também sem avisar;

Nos espia entre frestas,

Nos tonteia e quer ficar.

Traz na testa aquela marca,

Que alguns chamam de cruz;

Mostra a todos a sua barca,

Lá, bem distante da luz.

A dama é gorda senhora,

Nos envolvendo em seus braços...

Correntes de longas horas.

Na face traz um sorriso,

Nas mãos ela traz um laço,

A marca do seu castigo.

    *J.L.BORGES

      

 

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