CANÇÃO DA MORTE
A dama chega sem pressa,
E também sem avisar;
Nos espia entre frestas,
Nos tonteia e quer ficar.
Traz na testa aquela marca,
Que alguns chamam de cruz;
Mostra a todos a sua barca,
Lá, bem distante da luz.
A dama é gorda senhora,
Nos envolvendo em seus braços...
Correntes de longas horas.
Na face traz um sorriso,
Nas mãos ela traz um laço,
A marca do seu castigo.
*J.L.BORGES
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