quarta-feira, 28 de maio de 2025

PESCADOR E PECADOR


PESCADOR E PECADOR

Quando me dei por conta, 
Era pescador de mim;
Alma leve, alma tonta,
Um cravo pálido perdido num jardim.

Quando me dei por conta 
De mim era pescador;
Chorei rosário de mil contas,
No profundo encanto de um novo amor.

E foi assim que tornei-me pescador,
De novos amores, e mil sabores,
Sem paz ou flores, sou um pecador,
Sonhando volúpias, renovando amores.

Até quando? Pergunto a meu coração, 
Ele não responde, está calado e pensador,
Meu eu ja cansado e farto de ilusão, 
Não quer a condição de pescador e pecador. 

*Jorge Luis Borges 
Guaiba-Brasil (05/2025)


Reflexão Final:
O poema convida o leitor a refletir sobre a natureza humana e a busca por amor, prazer e significado. A figura do "pescador" e do "pecador" é uma metáfora poderosa para a condição humana, destacando a complexidade e a dualidade da experiência humana.

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