PESCADOR E PECADOR
Quando me dei por conta,
Era pescador de mim;
Alma leve, alma tonta,
Um cravo pálido perdido num jardim.
Quando me dei por conta
De mim era pescador;
Chorei rosário de mil contas,
No profundo encanto de um novo amor.
E foi assim que tornei-me pescador,
De novos amores, e mil sabores,
Sem paz ou flores, sou um pecador,
Sonhando volúpias, renovando amores.
Até quando? Pergunto a meu coração,
Ele não responde, está calado e pensador,
Meu eu ja cansado e farto de ilusão,
Não quer a condição de pescador e pecador.
*Jorge Luis Borges
Guaiba-Brasil (05/2025)
Reflexão Final:
O poema convida o leitor a refletir sobre a natureza humana e a busca por amor, prazer e significado. A figura do "pescador" e do "pecador" é uma metáfora poderosa para a condição humana, destacando a complexidade e a dualidade da experiência humana.
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