MOMENTOS DO PASSADO
As vezes eu vejo os filmes de Godard,
Nas madrugadas de insônia;
Onde eu sozinho,
Me interligo na velha televisão.
Outras vezes ouço um long play,
No meu velho toca disco,
São músicas do Raul e de Bee Gees,
Onde suspiro de saudade e emoção.
Tantas vezes eu misturo,
A irreverência dos Mamonas,
Com a seriedade de Bettowen e chopim,
Onde me vejo em algum canto medieval.
Nestes instantes me torno andante,
Um viajante nas escritas de Cervantes;
Sem cavalo, sem escudo e sem espada,
Apenas um humilde serviçal.
E para meu espanto eu revejo,
Em preto e branco o gordo e o magro;
Outras vezes os três patetas,
Misturados com as comédias de chaplin.
Tantas noites e o meu criado mudo,
Abriga alguns romances de Amado,
Em altos papos com as ficções de Sheldon,
Que me levam derepente ter dó de mim.
E lá eu me vejo Jorge Borges sonhando,
Sonhos que parecem anormais;
Porém percebo que estes versos,
Sem sentido na sua excência são reais.
É bem assim meus momentos que passaram,
Num piscar de olhos onde sonho acordado;
E me revejo nestes momentos do passado,
Viajando nestes instantes surreais.
*Jorge Luis Borges
Guaiba…10/2022
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